terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sei que consigo. É preciso não sentir medo. Mesmo que isso faça com que me torne a pessoa mais infeliz que existe. Medo. Qual é o significado? Cada um leva sua consideração a respeito. Cada um tem sua opinião, que, na maioria das vezes, se baseia em suas próprias experiências. Fazemos o que dá. Junta um trapo aqui, outro ali e assim vamos construindo nossas ideias. Medo. Só se faz estupidez com isso. Medo. Só afasta aquilo que a gente tenta não temer. Opta sempre por aquilo que parece mais confortável. Eu desde sempre nunca fui assim.  Sempre soube disso. E, mesmo assim as coisas caminharam pro lado torto e deformado. E assim minhas decisões foram tomadas. Quando eu pensava que faria o bem, causei o mal. Quando quis passar segurança a insegurança veio rindo e me estuprou. Acho que essa sensação foi uma das mais comuns e presentes. Ser estuprado.
Não sei, a maioria das coisas que já escrevi foram afetadas por todo o desespero do calor dos momentos. Por todo o maldito medo que tento extirpar agora. Ha-ha! Que grande monte de merda! Acho que as coisas que mais me assustam hoje é fazer as coisas pensando em mim. Até parece. Não é medo. É apenas não saber como lidar com isso. Sabe, acostuma-se com uma vida baseada em preceitos de, tudo aquilo que se faz é por um motivo. E tal motivo... Eu aceitei os motivos, se é que se pode dizer no plural, sem esperar algo em troca. Aliás, esperava. Mas nunca foi muita coisa. Aquilo de mais simples que se pode esperar. Basta olhar no dicionário e vai estar lá. Ideias simples. Conceitos básicos. Que não precisavam de muita interpretação para serem compreendidos. Infelizmente, a forma como sempre tratei tudo afetou isso. Até as coisas mais simples, conseguiram sair ao controle. E esse é o ponto. As coisas comigo são facilmente contaminadas. Viajar em uma estrada toda esburacada com o carro cheio de nitroglicerina, seria mais fácil. Que drama, meu amigo.
Corri de meus temores a vida toda. Quando vinham até mim com os problemas , eu aceitava todos. Sem nem pensar duas vezes. Aliás, não precisava pensar. Eu pegava aquilo que não me dizia respeito, de forma direta, e aceitava com uma verdade incorruptível. E isso só foi piorando com o tempo. Só foi ficando pior. Mas aí que se mostra o outro lado. Os problemas aceitos foram apenas uma cruel consequencia, daquilo que já existia.  O buraco era mais profundo do que sempre aparentava. Eu chorava e ninguém ouvia. Eu ouvia e nunca entendi de fato, por que chorava. Se via algum pedinte na rua, pedia a Deus que ele vivesse pra sempre. Na tentativa de fazer o bem, eu acabava condendando o infeliz a viver a vida toda na miséria. Pedia a imortalidade, pensando que aquilo aliviaria a dor. Como? se eu tivesse pedido: ''Ó Deus, mate aquele cretino." Eu teria sido mais bondoso e justo. É meu caro, você sempre condenou na tentativa de ajudar. É. Isso explica muita coisa. Ou não. Sempre distorci meus pensamentos e ideais, por uma falha em minha cabeça. Meu carinho sempre foi cheio de espetos e eu sempre que abraçava enfiava uma faca nas costas de quem vinha até mim querendo um abraço amigo. Parei de abraçar. Parei de mostrar o que sentia. Inconscientemente eu continuava agindo de tal forma atroz. Meus atos sempre possuídos pela minha mentalidade doente.

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