sexta-feira, 22 de novembro de 2013

"Qualquer bêbado sabe como o processo funciona: no primeiro dia que você se embebeda tudo bem, a manhã seguinte significa uma puta dor de cabeça mais isso é fácil de resolver com mais algumas doses e uma refeição, mas se você pula a refeição e vai para mais uma noite de bebedeira, e acorda disposto a continuar a farra, e segue até o quarto dia, vai chegar uma hora que as bebidas já não fazem mais efeito porque você está sobrecarregado de produtos químicos e você vai ter que dormir para passar mas você não consegue mais dormir porque foi o próprio álcool que fez você dormir nas cinco últimas noites, e aí começa o delírio - Insônia, suador, tremedeira, um sentimento gemebundo de fraqueza que faz os seus braços ficarem amortecidos e inúteis, pesadelos (pesadelos com a morte)... bom, tem mais sobre isso depois."
Era como tentar arrumar tudo no escuro, sem saber o que era o que, ou onde ia aquilo daí vinha a vontade de sair, de ir embora e nem voltar mais e entregar aquela bagunça a quem ela realmente pertencia. Todo mundo sabe que a casa do capeta não se arruma, pra quem só consegue tentar então era algo descabido. Mas como? Como prestar atenção em meio tanta desorganização, tantas pontas soltas... Aí tudo fica escuro mesmo e difícil de achar o que se perdeu há tempos. Assim a gente tropeça, esfola o nariz no chão e fica procurando sua dignidade ali, sua hombridade e tudo que você nunca teve. Tinha um verdadeiro buraco negro que sumia com tudo, até com o que nem existia mais, e ainda ontem eu pude jurar ver alguém saindo de meu banheiro.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

"O melhor mesmo é que eu fique com meu sofrimento não vingado e minha indignação não saciada, ainda que eu não esteja com a razão. "

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Smierdiakóv

"Pois bem, é impossível não dizer ao menos duas palavras sobre ele, e precisamente agora. Fora educado por Marfa Iganátievna e Grigori Vassílievitch, mas o menino crescera desprovido "de qualquer graditão", como dizia dele Grigori, como um menino selvagem vendo o mundo de seu canto. Na infância, gostava muito de enforcar gatos e depois enterrá-los com cerimônia."
preso em uma balsa num rio cheio de serpentes gigantescas, com homens com poderes sobrenaturais. A água começava a a entrar e as toras de madeira a se soltar. Me desespero e morro afogado no medo.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

‎"Uma vez, meu irmão, uma lacraia me picou, e isso me fez passar duas semanas acamado e com febre; mas dessa vez sinto de repente a lacraia, esse inseto perverso, me picar no coração, estás entendendo?"

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

é agora que fico só que sinto o impacto. parece esperar mesmo pra  vir só agora e me botar lá pra baixo lá onde eu não quero voltar, onde eu só sinto ... eu nem vejo mais, só quando já estou longe, correndo pra fora... puta que pariu

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Entrei naquele estágio de ouvir a mesma merda de música por horas e horas a fio... Da última vez que isso aconteceu porra já vão três anos, acabei ouvindo por doze horas a mesma. Minhas tripas tão doídas e a respiração rápida e sabe a  injeção de rancor de merda em meu corpo. Já travei já parei já pensei e nada. Ontem eu corri feito o diabo e só pensava em chegar na próxima esquina e assim prosseguia forçando ao máximo até não conseguir mais esticar um passo ou inspirar o que me matava e cair desalmado quebrado lascado. Cai de costas arfando olhando o céu que passa cantando que a vida é bela, que és um tolo por não cantar no tom dos que vivem e riem.





você tem de ir embora
já começa amanhacer
parece outro dia negro