sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Hoje eu a vi e talvez tenha sido a última vez. Estranho pois quando a trouxeram à vida nesta semana foi pelo lugar mais improvável. Uma velha a quem certa vez tu desenhastes uma flor, como as que carrega hoje em teu corpo, perguntou por ti. O arrombo doeu como ferida recente. Quando a vi não me dei conta e pedi que fizessem voltar o carro para que a certeza se enterrasse sob meus olhos. Não foi em vão, pois, como já disse, pode ter sido a última. Digo última pois só vendo-te é que sei que existes em algum lugar longe de mim. Se por acaso nada sentes, se nunca bate à minha porta quando não estou, não hesite mais. Meu tempo assim como o teu está chegando ao fim. Se vens quando não, por favor, mostra a cara que tanto tenho esperado.