terça-feira, 30 de novembro de 2010

acordo e a sensação que tenho é de estar sendo afogado. acordo sempre assustado devido aos pesadelos que me aterrorizam a noite toda e me fazem chamar por certo nome. me sinto completamente impotente, por não poder fazer nada contra isso. acho que meus amigos estão rindo muito de mim, ao me escutar gemer a noite toda. me olham com um misto de pena e gozo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Não acredito na discussão de meus problemas, não acredito mais em troca de pontos de vista, estou convencido, de que uma planta nunca enxerga a outra.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Eu venho aqui com o corpo destroçado pela doença e isso não chega perto de como o meu coração se encontra. Se meu corpo incomoda, que incomode mais! O desespero me acompanha e eu temo pelo que possa acontecer nessa situação. Eu não tenho credibilidade. Meus atos, os escassos atos que foram bons, já não existem mais, e foram largados em um bau bem velho, jogado no fundo de um poço tão profundo, que mal se ouve o barulho da água quando uma pedra é jogada dentro dele. Lá no fundo também encontra-se meu coração. O arranquei, na esperança que outra pessoa tomasse conta dele melhor do que eu. Hoje eu vago por aí, com o peito aberto, sangrando e sangrando. Meu sangue é derramado pelas ruas, e a cada gota que perco  minhas fraquezas ganhem mais força. Não me sinto em condições de levar a luta a diante. Meu frágil corpo hesita toda vez que um embate surge e não posso contabilizar muitas vitórias a meu favor. Queria pensar em meu bem estar. Em soerguer meu corpo o mínimo possível e encarar a luta de igual pra igual. Infelizmente, minha fraqueza mental impede que eu lute de maneira justa. Aceito sempre a culpa e sempre tenho as palavras atadas em momentos de arguição. Nessas horas eu sempre sou atacado por todos os lados, por todos os anos e por quem eu mais amo.  Não vejo motivo pra lutar contra isso, lutar contra quem... Porém, a luta não é justa. O reparo deveria se sobressair. Na tentativa de uma possível restituição de minha honra. Andei de mão dadas com o abandono durante bastante tempo e andei muito. Demorei até perceber por que aquilo nunca largava minha mão. Hoje, eu tenho ele dentro de mim, como um cancer. O que eu tinha de bom, aos olhos de quem interessa, foi tomado por isso, e eu me vejo em uma situação de completo abandono. Virei um monstro.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

fato

se penso em mim, e somente em mim, como hei de explicar como cheguei em tal situação? se assim fosse, talvez as coisas estivessem voltadas à outra direção, onde, por um feliz acaso, onde eu não me veria em uma situação tão adversa.

sábado, 20 de novembro de 2010

presente de aniversário

Fixando o chão eu caminhava em direção à minha casa. Deparo com dois pezinhos em minha frente.
- Me dá um real pra eu comprar um lanche.
Olho e vejo dois rostos sujos. Rotos devido à cruel situação em que se encontravam. Estaquei e fiquei sem saber como reagir. Enfiei a mão em meu bolso e tirei a carteira. Abaixei e me coloquei na mesma altura de ambos. Eram irmãos. Claúdio Júnior e  Pedro. 
- Você está triste tio? - perguntou pedro, o aniversariante.
- Sim. Você estuda, Pedro?
- Ahan, faço a primeira, segunda e terceira de uma vez só.
- Peguei esse dinheiro, mas me prometa que não sairá da escola. Meu irmão se chama Pedro e fez aniversário semana passada. 
- Hoje é meu aniversário. 
Então eu que nunca gostei de aniversários, falei que me abraçasse. Ele me abraçou e disse: 
- Deus te abençoe, tio. Não fiquei triste.
- Você tem sorte Pedro.
Não sei por que disse aquilo. Era evidente que ele não tinha sorte. Ele estava ali pedindo dinheiro pra comer ou pra fazer algo pior. Não podia o recriminar. Sua mãe observava com atenção, seus dois filhos conversarem com um estranho rapaz. Eles ficaram comigo uns cinco minutos.
- Eu não abracei meu irmão, Pedro. E te abracei.
- Que Deus te ajude, tio. 
- Eu preciso mesmo de ajuda.
- Eu senti isso. Posso te dar outro abraço?
Naquela hora, eu senti um nó tão apertado que me sentei no chão. Me abraçou e foi pra loja de conveniência. Me levantei e tomei o rumo de casa.  Acendi um outro cigarro e escutei um grito. 
- Tio, obrigado! 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

eu poderia simplesmente escrever uma porção de coisas aqui que me vem à cabeça agora. Depois de tudo que foi mais uma vez remoído e massacrado essa noite. Porque escrever tudo isso aqui? Fico nesses monólogos monótonos aqui e nunca obtenho resposta alguma. Por mais que soe bonito aos ouvidos e olhos de outrem. Eu fico aqui, escrevendo no escuro com a mágoa ameaçando transbordar meu corpo medíocre. Ela não transborda. Ela rasga e destrói tudo até um ponto onde eu chego a beirar a insanidade. Devia aceitar essa maldita insanidade e colocar fogo em tudo e não me importar. Mas eu me importo. Eu realmente me importo.              
a noite toda foi  uma merda... e eu queria que você estivesse comigo. aliás, nem foi uma merda. merda foi quando eu cheguei aqui.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Aquele papo furado romântico... aquelas baboseiras infatis... mas o rapaz estava desesperado com suas ambições em ruínas, tendo de encarar o fato de que não tinha condições de fazer a única coisa que sempre quis, e fugiu numa tentativa impetuosa de se redimir diante dos próprios olhos.
"Há anos que penso nisso,e a única explicação semi-razoável que encontrei é que existe algo errado comigo, uma falha no mecanismo, uma parte danificada que emperra as engrenagens. Não estou falando de fraqueza moral. Estou falando da minha cabeça, da minha constituição mental. Agora sou um pouco melhor, acho, o problema pareceu diminuir à medida que fui ficando mais velho, mas naquele tempo, eu andava com a sensação de que minha vida nunca havia pertencido de fato a mim, que eu nunca havia existido de fato, que eu nunca tinha sido real. E, como eu não era real, não entendia o efeito que eu tinha sobre os outros, o dano que eu podia causar, a mágoa que eu podia infligir às pessoas que me amavam.
Na hora que comecei a me afastar dela, a atadura que cobria minha ferida caiu, e aí o sangramento não quis mais parar. Saí atras de outras mulheres porque sentia que havia perdido alguma coisa e tinha que recuperar o tempo perdido. Agora estou falando de sexo, nada mais que sexo, mas não era possível sair por aí e agir do jeito que eu agia e ainda esperar que ela ficasse de pé ao meu lado. Eu a enganava a mim mesmo pesnado que seria assim. Ela me aceitou de volta... mas todos aquele anos desperdiçados. Pensar nisso me deixa louco. Meus namoricos, minhas sacanagens babacas. Que foi que isso me trouxe? Umas poucas emoções baratas, nada de importância verdadeira  - mas não há dúvida de qu e elas lançaram as bases para o que veio em seguida. "                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 
tudo que eu me esforço ao máximo manter fora de meus pensamentos vem à tona em meus sonhos. é uma luta incansável e eu gasto todas minhas forças durante o dia, me forçando um pouco de felicidade enquanto evito que isso passe pela minha cabeça.  essa luta é injusta. é injusto me esforçar tanto para que sem mais nem menos isso volte assim. é duro ver que o time dela tá dando show sem mim no elenco.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Forçado

sinto um sono estranho e tenho medo disso.

''por deus nunca me vi tão só
é a própria fé é o que destrói
estes são dias desleais''

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Pulmão frágil

Não é frágil pelos cigarros e outras coisas que mandam coisas ruins lá pra dentro. Muita coisa ruim entra e não é só o pulmão que filtra. Há coisas muito piores e os estragos vão além de um pulmão escuro. Os cigarros que estão presentes não afetam só os pulmões. Afetam a forma de pensar. O equilíbrio. O apetite. Na permanencia em casa. Na relação com as pessoas. Agora por exemplo, ele afeta meus pensamentos. Olho à minha esquerda e deparo com meu olhar caído. Deparo com meu rosto desfigurado e triste no espelho. Olho pra mim mesmo ali no reflexo e esperava ver outra coisa. Esperava ver uma pessoa sorridente devido a noite que tive. Adentrar esse mundo aqui tem sido difícil. Esse quarto é repleto de lembranças que doem. E eu fico aqui a noite toda recriando passos que já segui. Mas sempre o intuito é tentar que a sensação seja a mesma. E nunca é e nunca vai ser. Se o pulmão hoje é frágil é por uma opção. Opção de recusa. Recusa de ajuda. As pessoas estendem a mão e falta o ar para conseguir o impulso de apanha-la. Jogam corda, chamam a guarda nacional. E ninguém é hábil o suficiente para arrancar a pessoa ali do fundo. Ela criou raizes, laços, vínculos tão profundos que são tão inflexiveis que nem ele mesmo hoje seria capaz de quebrar. Realmente, é tudo uma questão de opção. Talvez seja por achar que se trate de uma virtude. Mas que diabo de virtude é essa que não faz bem a ninguém? Que tipo de virtude é essa que só machucou quem amo? Que diabos vem a ser isso? Eu sei por se tratar de mim. Eu sei, por que sou eu quem comete todos esses erros. Que joga tudo pro alto e não fica no lugar  exato esperando aquilo que supostamente cairia no mesmo lugar. Eu corro e corro pra longe e tudo cai ali, onde eu me encontrava. E quando olham ao redor em busca de mim eu já não estou mais lá. Estou longe. Fora do alcance. E as pessoas ficam procurando debaixo de cada pedra, atras de casa poste. E só encontram as minhas lembranças que ali se encontram. E eu fico lá do horizonte vendo as pessoas catarem minhas lembranças, tentando criar a partir delas, boas lembranças. Isso é impossível. Quando eu me sinto mal, eu volto lá na esperança de encontrar as mesmas pessoas que ali estiveram à minha procura e tudo que vejo são as suas costas. Cansaram. Eu tento correr mas o pulmão falha e eu caio no meio do caminho e fico ali mesmo. Na espera que alguém tente me jogar uma corda. Isso demora mas quando acontece volta tudo ao normal e todos os circulos se iniciam novamente.

O desenho e o leitor

Um jovem leitor recebeu certa vez um desenho. Feito em um papel retangular e em caneta preta. Não possuía uma forma certa. Era um desenho composto basicamente de rabiscos, curvas e detalhes minuciosos. Assustou o rapaz no princípio pela forma complexa e pela maneira que havia sido concebido aquele desenho. Ficava cabulando sobre o que aquilo representava, se aquele desenho era a  projeção do íntimo daquela garota silenciosa que sempre o acompanhava. E foi aí que achou aquilo tão bonito e complexo. E ali, aquele desenho o acompanharia para todo o sempre. Desde então, o desenho passou a fazer parte da vida daquele jovem leitor. Nunca havia conseguido manter um marca páginas por tanto tempo e nunca havia tido um tão bonito. O desenho entrou em cada livro que o rapaz leu. Ele sempre o carregava para onde fosse. A autora daquele desenho ficou distante e partiu.  Mas o desenho permanece. Ele faz com que o jovem a encontre em cada linha que lê. Do desenho emanava a existência e presença dela. Cada curva que ali se encontrava, naquele desenho confuso, cada volta, cada detalhe, criava uma ilusão de que ela voltaria. Mas ela sempre existirá naquele pedaço de papel.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Lapso de consciência

Parar e analisar tudo o que se passa e tem acontecido nos últimos tempos não é uma coisa difícil de se fazer. Levando em conta a torrente de impropérios que uma pessoa é obrigada a escutar durante alguns dias - seja com ou sem razão - faz com que qualquer um se revolte ou se entristeça profundamente. Acreditar que todo mundo é honesto e sempre diz a verdade é um dos principais problemas que nos afligem. E é quando algo assim acontece que uma pessoa desespera e tenta escrever e tudo que sai são um emaranhado de pensamentos confusos e sem lógica. Parece ser o caso aqui. Todo mundo mente. E de forma descarada. Esperar que as pessoas sejam iguais a você, é uma dos piores erros que alguém pode cometer. E eu, estou triste de novo,  e isso vai impedir que eu prossiga com esse tanto de merda...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O sol levantava-se e a luz a cada segundo a luz tomava conta de tudo. Deitado de barriga pra cima observava tudo. As coisas foram ficando mais nitidas e era uma boa hora para se levantar. Os mesmos pensamentos de sempre corriam em volta da cabeça. As vezes um ou outro ameaçava romper a grade que se encontravam e quando isso acontecia, uma dor percorria o corpo. Era sempre o mesmo teimoso de sempre, que apesar de todas as recriminações não tomava jeito. Era difícil lidar com ele. Não era como os outros. Esse ia além da rebeldia. Era mau e gostava de machucar. Ele era um câncer. Contaminava tudo com sua perversidade e não importava o quanto lutava para o controlar. Ele sempre daria um jeito de se esquivar, ou de se esconder até que as coisas se acalmassem e pudesse voltar a dar trabalho por aí. Sempre se aproveitava de alguma fragilidade de seu hospedeiro e vinha querendo mostrar um pouco de compaixão. Chegava e o abraçava, dizia que tudo ia ficar bem e por um segundo, a pessoa acreditava. Mas quando uma luz, por mais tímida fosse iluminava aquele malandro, suas verdadeiras intenções eram reveladas como um raio-x. A batalha retomava e sempre após cada  trégua, ele ganhava forças. Ele não seguia um padrão e esse era o problema. Era impossível prever de que forma ele agiria. De quais fraquezas ele se aproveitaria. Se ergueu como um gigante e dessa vez ele sentiu que não haveria luta. Não naquele dia.

domingo, 7 de novembro de 2010

Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repousou esquece…
Eis o estado em que mágoa me tem posto!
os traços mudaram o rosto não é o mesmo olhos fundos e vermelhos as olheiras se sobressaem a febre não abandona e corpo treme treme treme treme de medo de dor de tristeza de raiva de angustia de tudo tudo assusta tudo dói e é um circulo vicioso que não se vai os traços mudaram o rosto não é o mesmo os olhos fundos e vermelhos as olheiras a febre o medo os tremores ah isso já aconteceu antes.