quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Eu venho aqui com o corpo destroçado pela doença e isso não chega perto de como o meu coração se encontra. Se meu corpo incomoda, que incomode mais! O desespero me acompanha e eu temo pelo que possa acontecer nessa situação. Eu não tenho credibilidade. Meus atos, os escassos atos que foram bons, já não existem mais, e foram largados em um bau bem velho, jogado no fundo de um poço tão profundo, que mal se ouve o barulho da água quando uma pedra é jogada dentro dele. Lá no fundo também encontra-se meu coração. O arranquei, na esperança que outra pessoa tomasse conta dele melhor do que eu. Hoje eu vago por aí, com o peito aberto, sangrando e sangrando. Meu sangue é derramado pelas ruas, e a cada gota que perco  minhas fraquezas ganhem mais força. Não me sinto em condições de levar a luta a diante. Meu frágil corpo hesita toda vez que um embate surge e não posso contabilizar muitas vitórias a meu favor. Queria pensar em meu bem estar. Em soerguer meu corpo o mínimo possível e encarar a luta de igual pra igual. Infelizmente, minha fraqueza mental impede que eu lute de maneira justa. Aceito sempre a culpa e sempre tenho as palavras atadas em momentos de arguição. Nessas horas eu sempre sou atacado por todos os lados, por todos os anos e por quem eu mais amo.  Não vejo motivo pra lutar contra isso, lutar contra quem... Porém, a luta não é justa. O reparo deveria se sobressair. Na tentativa de uma possível restituição de minha honra. Andei de mão dadas com o abandono durante bastante tempo e andei muito. Demorei até perceber por que aquilo nunca largava minha mão. Hoje, eu tenho ele dentro de mim, como um cancer. O que eu tinha de bom, aos olhos de quem interessa, foi tomado por isso, e eu me vejo em uma situação de completo abandono. Virei um monstro.

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